Um dia depois de ignorar a pressão do PMDB e se recusar a ceder uma cadeira ao partido no seu núcleo político além da já ocupada pelo vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma Rousseff decidiu fazer um agrado aos peemedebistas, iniciando um processo de paz com o parceiro.
Por intermédio do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, Dilma autorizou o PMDB a negociar diretamente com os petistas os cargos que desejam manter nos ministérios tocados pelo PT e que eles consideram ser vitais para a máquina partidária. É o caso, por exemplo, da presidência da Funasa, que tem orçamento de R$ 5 bilhões. O PMDB luta para impedir a demissão de Faustino Lins, indicado pelo líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Em compensação, o PMDB comprometeu-se com Palocci a apoiar a candidatura de Marco Maia (PT-RS) à presidência da Câmara, além de não formalizar um bloco parlamentar com o PP, PR, PTB e PSC, que teria 202 deputados e condições de dominar os principais cargos na Casa.
Logo pela manhã, Palocci convocou para uma conversa o vice Michel Temer e o líder Henrique Eduardo Alves. Falou-lhes que ao governo não interessava a briga entre o PT e o PMDB por cargos de segundo escalão, que o desgaste político é certo e que todos sairiam perdendo. Os peemedebistas queixaram-se do avanço do PT sobre os cargos do PMDB. Palocci respondeu que eles estavam autorizados a negociar diretamente com os ministros a manutenção dos cargos dos afilhados.
À tarde, Temer foi à casa de Marco Maia anunciar o apoio do PMDB à candidatura dele à presidência da Câmara. PT e PMDB têm um acordo de rodízio no comando da Câmara. Em 2013, caberá ao partido de Temer eleger o novo presidente. O candidato é Henrique Alves.
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