segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Horários diferenciados

Por conta da realização do plebiscito os cartórios eleitorais passam a partir de hoje a funcionar com horários diferenciados. O atendimento ao eleitor será de 8 às 15horas. O prazo para o alistameto eleitoral e transferência de títulos encerra dia 11 de setembro.

Revista Raizes do Ananin - 2° Edição


Não poderiamos deixar de parabenizar o Felipe  Ericeira, pela 2° Edição da Revista Raízes do Ananin.

INFORME PRIANTE


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“Homem Destaque Ananin 2011”

O RETRATO DA INSENSIBILIDADE

A peregrinação e a dor de uma mulher em trabalho de parto de uma gravidez de risco, que deixou de ser atendida num hospital público de Belém chamado Santa Casa de Misericórdia, são a mais perfeita reprodução do quadro de horror social em que vivemos. A gestante foi mandada embora pelo porteiro, o vigia do hospital, antes mesmo que pudesse atravessar os portões. Ao chegar a outro hospital, também público, a pobre mulher tem a mesma resposta e, então, numa última esperança, recorre ao Corpo de Bombeiros, pois a sua situação era de emergência. O carro dos bombeiros volta à Santa Casa e, sem encontrar misericórdia, a mulher tem o primeiro filho. O soldado-bombeiro dá voz de prisão a uma médica para que a situação seja resolvida. A gestante perde as duas crianças que, segundo a perícia, já estavam mortas havia 48 horas pelo menos. Esta história colocou o Pará e o Brasil – a sétima economia mundial – nos noticiários internacionais.
O que me preocupa nessa horrível tragédia é a insensibilidade para com os mais pobres e as contradições da nossa sociedade que realiza a maior procissão cristã do mundo e que, quando é exigida sua prática de humanidade, de solidariedade e de fraternidade, age de forma tão diferente. Como pôde ter sido negado socorro a uma mulher gestante? Como ela pôde ter sido mandada embora com a frase “aqui não há vagas”, como se estivesse numa oficina mecânica ou num canteiro de obras de algum prédio?
Fui eu, como governador e como ministro da Previdência, que instalei a primeira UTI neo-natal e salvei a Santa Casa de Misericórdia de um quadro de falência. Reformei totalmente a Santa Casa do Pará. Eu comecei e construí grande parte do Hospital de Clínicas. A mesma coisa fiz com o Hospital Ophir Loyola. Quando fui ministro da previdência consegui os recursos para a construção do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza que foi totalmente equipado no meu governo. Construí o Hospital Aberlado Santos, em Icoaraci, porque sempre estive muito preocupado com a saúde pública. Também criei a Central de Leitos, há mais de 20 anos, para evitar a peregrinação. Hoje, em plena era da tecnologia, na qual tudo é possível na comunicação humana, a Central de Leitos não funciona, não está conectada, não está nas telas dos computadores dos hospitais, e novamente quem tem que procurar um leito – de hospital em hospital – é a nossa pobre gente, de ônibus, de táxi, ou num carro do Corpo de Bombeiros.
Não é possível que hospitais-referências como é o caso da Santa Casa de Misericórdia, do Hospital de Clínicas, do Ophir Loyola ou do Hospital Metropolitano permitam que porteiros ou vigias sejam os responsáveis pela triagem dos pacientes. Esses hospitais já deveriam ter salas de atendimento e de recepção, como existe em qualquer hospital particular. Além disso, é muito importante a presença, durante 24 horas, de assistentes sociais nos hospitais públicos que atendem à maioria da população pobre. As assistentes sociais são indispensáveis e qualificadas para dar uma palavra, um encaminhamento, dizer se é urgente, ou mostrar o procedimento que deve ser seguido quando não houver vagas. Se a Central de Leitos funcionar como se espera, pode ser verificada na hora, em qualquer hospital, seja público ou da rede credenciada, a disponibilidade de leito, e o bloqueio é feito para garantir a reserva ao paciente. O que aconteceu no triste episódio da gestante foi uma sucessão de descaso e incompetência, aliada à falta de sensibilidade, numa instituição que já foi palco de muita tragédia, no governo anterior, como a morte de um número considerável de recém-nascidos e que, portanto, já deveria ter implantado um novo sistema de melhoria no atendimento.
O choque provocado por essa situação na qual uma gestante pede socorro e não é atendida deve servir de reflexão ao poder público e à sociedade para que o homem não permita que a insensibilidade se espalhe por todo lado e, finalmente, volte a entender que a vida do seu filho tem o mesmo valor que a vida do filho do seu próximo.
JADER BARBALHO
*Texto originalmente publicado no jornal Diário do Pará no dia 28 de Agosto de 2011.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ENSINO SUPERIOR NO PARÁ

O esforço concentrado da bancada paraense na Câmara Federal, das prefeituras e entidades ligadas à educação rendeu bons frutos. A presidente Dilma Roussef anunciou a criação da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, com sede em Marabá. Ananindeua terá, um novo campus da Universidade Federal do Pará, que será instalado na antiga Granja do Icuí  em três anos, depois de vencidas as etapas da construção e percorrido os caminhos burocráticos. Além disso, o Instituto Federal do Pará vai expandir sua atuação em mais cinco municípios – Paragominas, Parauapebas, Óbidos, Cametá e Ananindeua – beneficiados pelo Programa nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec.
Eu festejo essas ações com entusiasmo porque tenho autoridade pra dizer que foi no meu governo, pela primeira vez, que o ensino superior foi levado para o interior. Por meio de convênios com a Universidade Federal do Pará, meu governo construiu vários prédios nas diversas regiões, alguns com muito investimento, com instalações modernas como é o caso do Núcleo de Castanhal, que até hoje pode ser visto. Com a criação da Universidade do Estado do Pará, a UEPA, no meu governo, foi feita a interiorização do ensino universitário em todas as regiões. Isso porque, nas minhas caminhadas por essa imensidão territorial, eu via estampado no rosto dos jovens a falta de perspectivas de futuro, por causa das dificuldades quase que intransponíveis para vir a Belém fazer um curso superior. Isso só acontecia com as famílias com um pouco mais de poder aquisitivo ou as que tivessem algum parente na capital que aceitasse abrigar um jovem durante os anos de estudos. Antes disso, tive a preocupação de implantar o ensino de 2º Grau em todo o interior, por meio do Ensino Modular, porque nem isso havia. A Secretaria de Educação, no meu governo, implantou o Projeto Gavião que dava formação profissional para as professoras primárias do interior, pois muitas não haviam sequer terminado o primeiro grau. A situação do ensino no Pará já foi tão grave que tudo que se fizesse parecia tímido, e continuo acreditando que as ações ainda sejam tímidas.  Os jovens do interior, depois de completar o 2º Grau, constatavam que aquilo não era o suficiente, não lhes oferecia nenhuma formação.  Então, como governador, implantei e criei as primeiras escolas profissionalizantes em todos os polos regionais, algumas delas com primor e esmero, como é o caso, no município de Benevides, da Escola Juscelino Kubitscheck de Oliveira que recebeu este nome para homenagear o presidente que tirou o Pará do isolamento com a construção da Belém-Brasília.
Eu vivenciei e me sinto com autoridade política e administrativa para tratar e festejar o assunto e vou festejar sempre qualquer avanço na educação que chegue até nós, seja no ensino universitário, seja no ensino profissionalizante, principalmente para regiões dinâmicas. O município de Marabá, por exemplo, tem tudo para ser um grande centro de siderurgia e de metalurgia. Eu festejo essas ações que vão ampliar a presença do governo no Pará que tem 75% da sua população espalhados no interior. Se o poder público e a iniciativa privada não chegarem até o nosso interior, podem condenar os nossos jovens ao subdesenvolvimento. Mais do que nunca é necessária uma nova política de descentralização, principalmente no campo da educação, e eu falo porque sempre estive muito preocupado e comprometido com o interior da região amazônica que tem um tempo e um custo social diferenciado. Construir uma escola, por exemplo, em Afuá, exige mais tempo, dá muito mais trabalho e é muito mais oneroso do que em outro município. Em cada canto dessa extensão territorial paraense, quase desmedida, há um grau de dificuldade e particularidades que devem ser consideradas.
Para que um caboclo do interior tenha o título de doutor,  terá que antes vencer não só a distância e a pobreza, mas todas as formas de preconceitos e discriminações, por vir de tão longe, por ser do Norte e é isso que nos faz um povo forte e destemido.
Eu festejo e comemoro, como todos nós, essa boa notícia do governo federal. Ainda é tímida, porque aqui as ações devem ter o tamanho do nosso território. Mas todas as ações e programas para melhorar a educação são bem-vindos.
JADER BARBALHO
*Texto originalmente publicado no jornal Diário do Pará no dia 21 de Agosto de 2011.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Agora vai..

 
O Presidente do STF, Ministro Cezar Peluso, determinou a substituição do Relator do processo do senador eleito Jader Barbalho. Agora, a relatoria está nas mãos do Ministro RICARDO LEWANDOWSKI. O pedido foi feito pela defesa de Barbalho no último dia 10 de agosto. O novo relator do Recurso Extraordinário nº 631.102 poderá deferir a diplomação de Jader Barbalho monocraticamente, ou seja, sem a necessidade de submeter o processo à análise do Plenário da Corte.    

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

REDE DE ENSINO TRAIRENSE


 
DANILO MIRANDA REAFIRMA SEU COMPROMISSO COM UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E AUTORIZA DISTRIBUIÇÃO DE  MOBILIÁRIO ESCOLAR NA REDE DE ENSINO TRAIRENSE.

Deputada quer asfaltamento de rodovias estaduais para escoar produção



Pensando nas populações dos municípios de Moju e Acará, situados no nordeste paraense, no Baixo Tocantins, a deputada Nilma Lima batalha desde o início de seu mandato para que a complementação da pavimen­tação da PA 252 aconteça.

São 137 quilômetros da via, que se for finalizada, facilitará o escoamento da produção de feijão, arroz, milho, man­dioca e dendê, vindos dos setores agrícolas do local, especialmente, da agricul­tura familiar, além da possibilidade de atrair indústrias, como a empresa Soco­co já instalada.

“Já oficializei esse pedido ao gover­nador do Estado, Simão Jatene, e ao secretário de Transportes, Francisco Melo (Chicão), para que aloquem a pavimen­tação do restante dessa PA, como prio­ridade no Projeto do Plano Plurianual (PPA) 2012/2015 e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2012”, detalhou a deputada.

ALENQUER - Dando seqüência às melhorias em in­fra-estrutura, Nilma Lima também apre­sentou moção solicitando providências urgentes para as PA-254, em Alenquer, bem como, a construção em concreto da ponte sobre o Rio Curuá e recuperação das pontes do Tamanduá e Fazenda Tro­pical, ambas em situações precárias de trafegabilidade. A do rio Curuá, que fica na comunidade Curratela, na PA 254, foi submersa e levada pela força das águas.

Segundo a parlamentar, o município de Alenquer tem sua economia baseada dos setores agrícolas, da agro­pecuária, do extrativismo e da pesca, hoje, extremamente prejudicados, pela situação precária da PA-254, formada por estradas que dão acesso a milhares de propriedades rurais. As fortes chu­vas que têm caído no município e região agravaram as condições de trafegabilidade da estrada estadual.

“Escutei relatos de líderes comunitá­rios, de agricultores, de pecuaristas, de professores, de estudantes e de comer­ciantes do local, informando as precárias condições da estrada que ainda é de chão batido. Não tem nada asfaltado”, disse a deputada.

Nilma, que esteve em Alenquer nos dias 12 e 13 de junho, já retomou o pedi­do ao secretário de Estado de Transpor­tes, Francisco Melo Filho (Chicão), para que pelo menos disponibilize uma balsa motorizada para travessia dos veículos sobre o rio.

Se viabilizado o pedido de Nilma, a melhoria das PA-254 trará benefícios para quase 130 mil habitantes da zona rural daquela região.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O VALOR DA ESCOLA PÚBLICA


Competitividade é a palavra-chave no mundo globalizado. O Brasil, se quiser estar entre os melhores no mercado internacional e se firmar como um confiável e promissor parceiro comercial, terá que preparar seus cidadãos – principalmente os jovens – para as permanentes olimpíadas que exigem conhecimento em todas as áreas. Para isso, é imperioso que os investimentos na educação sejam levados mais a sério, principalmente quando se fala em educação pública, para a qual o destino das verbas é escasso e vago. O Ministério da Educação deve ter mais rigor na fiscalização da qualidade do ensino praticado hoje nas universidades que estão espalhadas em toda esquina. Trata-se a educação como mercadoria que pode ser adquirida em módicas e eternas prestações.

Não faz muito tempo, quase duas décadas, que as escolas públicas eram muito melhores. Do ensino básico ao universitário. Meus filhos estudaram em escola pública, e eu mesmo me gabo de ter frequentado o velho Colégio Estadual Paes de Carvalho, que já foi uma das maiores instituições do País. Então, o que aconteceu com a educação brasileira? Quando as escolas públicas deixaram de ser um ambiente pacífico, um polo de civismo e conhecimento, e se tornaram sucatas onde imperam a violência e a ignorância? São perguntas difíceis, porque nas respostas está o mais árduo trabalho de qualquer governo: largar tudo e investir na educação pública, que começa com salários melhores para professores, escolas profissionalizantes, recuperação das salas de aulas, criação de espaços propícios para a criatividade, educação continuada para os professores, combate à evasão e à repetência, e, talvez, o mais importante: investir na inteligência brasileira.

É a inteligência que faz um pequeno chip, produzido na China, por exemplo, valer algumas toneladas de minérios de ferro extraídos aqui no Pará. O Brasil tem muitas riquezas, mas não sabe aproveitá-las. É aí que está a resposta de por que países tão pequenos da Europa, como a Suécia por exemplo,  conseguirem dar aos seus cidadãos um padrão de vida tão elevado. Nos Estados Unidos, que o mundo não vê como grande exemplo, as universidades são patrimônios públicos. Não que os estudos sejam gratuitos, mas por causa do valor social e cultural que mantêm por séculos. As instituições americanas de ensino superior são as melhores do mundo. Os formados em Harvard ou Stanford, por exemplo, têm passaporte garantido na elite intelectual que vai promover a evolução no mundo em todas as áreas. Aqui no Brasil, o governo se contenta com uma média 4 no índice oficial de desenvolvimento na educação básica.  E aí estão incluídas as escolas públicas e particulares. Sem falar nos 14 milhões de analfabetos que, decididamente, não têm qualquer possibilidade de inclusão social.

No Pará, é melhor relembrar os tempos de glória do Colégio Paes de Carvalho, da Escola Rego Barros, do Instituto de Educação do Pará, a Escolinha da Universidade Federal do Pará e as filas que se formavam em frente à Escola Ulysses Guimarães. Entre as 50 melhores escolas do País não há nenhuma da região Norte. Tanto faz. O Brasil é um desperdício de talento, de educação. A escola insiste em repetir velhos métodos que não servem mais para os dias atuais. Existem muitos casos, dentro das escolas, nos quais o professor tem menos conhecimento que seus jovens alunos, por causa do mundo globalizado e informatizado. As universidades não estão engajadas em preparar melhor seus profissionais que, por outro lado, são os responsáveis por melhorar o ensino básico e fundamental. Vivemos em um círculo vicioso quebrado, aqui e ali, por professores persistentes que não desistem de seus sonhos apesar de toda a carência, da pobreza que está em toda parte do setor.  O melhor exemplo disso vem do Piauí, precisamente do município de Cocal dos Alves, que tem 5,6 mil de habitantes, cuja fonte principal de renda é a plantação de caju, mas de onde as escolas públicas têm revelado fenômenos que colecionam medalhas nos concursos educacionais. E tudo começou com o professor de matemática Antônio Cardoso do Amaral que convenceu seus alunos a enfrentar desafios.

É como disse Ruy Barbosa: As palavras convencem, mas são os exemplos que arrastam.


JADER BARBALHO
*Texto originalmente publicado no jornal Diário do Pará no dia 31 de Julho de 2011.