quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ENSINO SUPERIOR NO PARÁ

O esforço concentrado da bancada paraense na Câmara Federal, das prefeituras e entidades ligadas à educação rendeu bons frutos. A presidente Dilma Roussef anunciou a criação da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, com sede em Marabá. Ananindeua terá, um novo campus da Universidade Federal do Pará, que será instalado na antiga Granja do Icuí  em três anos, depois de vencidas as etapas da construção e percorrido os caminhos burocráticos. Além disso, o Instituto Federal do Pará vai expandir sua atuação em mais cinco municípios – Paragominas, Parauapebas, Óbidos, Cametá e Ananindeua – beneficiados pelo Programa nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec.
Eu festejo essas ações com entusiasmo porque tenho autoridade pra dizer que foi no meu governo, pela primeira vez, que o ensino superior foi levado para o interior. Por meio de convênios com a Universidade Federal do Pará, meu governo construiu vários prédios nas diversas regiões, alguns com muito investimento, com instalações modernas como é o caso do Núcleo de Castanhal, que até hoje pode ser visto. Com a criação da Universidade do Estado do Pará, a UEPA, no meu governo, foi feita a interiorização do ensino universitário em todas as regiões. Isso porque, nas minhas caminhadas por essa imensidão territorial, eu via estampado no rosto dos jovens a falta de perspectivas de futuro, por causa das dificuldades quase que intransponíveis para vir a Belém fazer um curso superior. Isso só acontecia com as famílias com um pouco mais de poder aquisitivo ou as que tivessem algum parente na capital que aceitasse abrigar um jovem durante os anos de estudos. Antes disso, tive a preocupação de implantar o ensino de 2º Grau em todo o interior, por meio do Ensino Modular, porque nem isso havia. A Secretaria de Educação, no meu governo, implantou o Projeto Gavião que dava formação profissional para as professoras primárias do interior, pois muitas não haviam sequer terminado o primeiro grau. A situação do ensino no Pará já foi tão grave que tudo que se fizesse parecia tímido, e continuo acreditando que as ações ainda sejam tímidas.  Os jovens do interior, depois de completar o 2º Grau, constatavam que aquilo não era o suficiente, não lhes oferecia nenhuma formação.  Então, como governador, implantei e criei as primeiras escolas profissionalizantes em todos os polos regionais, algumas delas com primor e esmero, como é o caso, no município de Benevides, da Escola Juscelino Kubitscheck de Oliveira que recebeu este nome para homenagear o presidente que tirou o Pará do isolamento com a construção da Belém-Brasília.
Eu vivenciei e me sinto com autoridade política e administrativa para tratar e festejar o assunto e vou festejar sempre qualquer avanço na educação que chegue até nós, seja no ensino universitário, seja no ensino profissionalizante, principalmente para regiões dinâmicas. O município de Marabá, por exemplo, tem tudo para ser um grande centro de siderurgia e de metalurgia. Eu festejo essas ações que vão ampliar a presença do governo no Pará que tem 75% da sua população espalhados no interior. Se o poder público e a iniciativa privada não chegarem até o nosso interior, podem condenar os nossos jovens ao subdesenvolvimento. Mais do que nunca é necessária uma nova política de descentralização, principalmente no campo da educação, e eu falo porque sempre estive muito preocupado e comprometido com o interior da região amazônica que tem um tempo e um custo social diferenciado. Construir uma escola, por exemplo, em Afuá, exige mais tempo, dá muito mais trabalho e é muito mais oneroso do que em outro município. Em cada canto dessa extensão territorial paraense, quase desmedida, há um grau de dificuldade e particularidades que devem ser consideradas.
Para que um caboclo do interior tenha o título de doutor,  terá que antes vencer não só a distância e a pobreza, mas todas as formas de preconceitos e discriminações, por vir de tão longe, por ser do Norte e é isso que nos faz um povo forte e destemido.
Eu festejo e comemoro, como todos nós, essa boa notícia do governo federal. Ainda é tímida, porque aqui as ações devem ter o tamanho do nosso território. Mas todas as ações e programas para melhorar a educação são bem-vindos.
JADER BARBALHO
*Texto originalmente publicado no jornal Diário do Pará no dia 21 de Agosto de 2011.

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