Os cidadãos paraenses, até os que vivem nos tradicionais municípios de vida pacata, estão intranqüilos. A violência se espalha como uma onda gigantesca no Estado, destruindo famílias e arrastando para a morte jovens com tanta vida pela frente. É uma pena. É uma triste constatação que fazemos todos os dias, por meio da mídia. O Pará não deve nada – em matéria de violência – aos grandes centros urbanos onde cresce e se especializa a criminalidade, principalmente a que está ligada aos cartéis das drogas. E ainda estamos em último lugar no critério atendimento ao cidadão, quando se trata de delegacias policiais.
A violência hoje é praticada de tantas maneiras, que o trabalhador tem que conviver com essa companhia indesejável que se chama insegurança. Uma simples caminhada na praça, uma ida ao banco, uma festa qualquer, lá está ela - a violência - à espera que você entre no carro, atenda ao celular ou saia usando tênis de marca. Crimes cometidos por bandidos que usam bicicletas ou motos são usuais. Uma vida vale pouco dinheiro.
Também é nítido o aumento do crime ligado às drogas. Diariamente, há mortes por acertos de contas ou queima de arquivo. O mundo das drogas está devastando famílias. Famílias inteiras são presas porque fizeram das drogas um negócio para sobreviver. Virou uma atividade familiar que envolve pai, mãe, filhos. É inacreditável o ponto a que chegamos. Jamais imaginaríamos que passageiros de ônibus fossem assaltados. E os assaltos nos nossos rios? Isso não existia até bem pouco tempo. O cidadão está perdido, não sabe como se defender. Não sabe a quem recorrer, porque até a nossa polícia tem sido vítima desse tsunami chamado violência, que já chegou às escolas e tem como alvo até igrejas.
Durante meus governos, com índices bem menores, não me descuidei da modernização das polícias, do aumento do efetivo da PM, do aumento de salários de todos os trabalhadores na área da segurança; da criação de penitenciárias agrícolas; da construção de novas delegacias, com arquitetura moderna e elevado padrão de higiene, com espaço para a Defensoria Pública e o Instituto Médico Legal. Criei as academias da Polícia Civil (que foi extinta), da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o que mantinha avançado o sistema de inteligência. Levei o Corpo de Bombeiros a todas as regiões do estado, porque antes só havia em Belém; e instalei quartéis, batalhões da Polícia Militar em todos os municípios possíveis. Ofereci condições, estrutura física, material e salarial para a prevenção e combate à violência, porque sem segurança o cidadão não trabalha, não se diverte, não aproveita a vida. Vive com medo.
Penso que este é o maior desafio do Pará hoje. É uma tarefa árdua, diária, incansável e infindável que tem que ser planejada pelo poder público com apoio da comunidade. Não basta dobrar o efetivo policial se a criminalidade quadruplicou. Se o PM Box se tornou obsoleto, deve ser substituído por equipamento condizente com a situação atual, para que a população não fique à mercê dos bandidos. Não basta a propaganda dizer que está tudo bem. O cidadão tem que se sentir bem. A Polícia tem que ser respeitada com salários, preparação profissional e equipamentos modernos de inteligência, com acompanhamento constante da tecnologia. A educação deve ser tratada como o coração do problema - quanto maior o nível de educação, menor o de violência. O trabalho – esse o ponto mais frágil nas sociedades violentas – deve ser atrativo e bem remunerado. É a mesma coisa da educação, quanto maior o número de empregos, menor o de bandidos. Enfim, existem muitos problemas acerca da violência para serem discutidos, transformados em projetos e colocados em prática, em favor da paz e da tranqüilidade das nossas famílias. Como está não dá mais pra ficar.
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