Em clima de Copa do Mundo, os paraenses já programam as férias de julho. Minha preocupação maior nesse período é com as condições de transportes nos nossos rios e estradas. O Pará tem inúmeros municípios de belas paisagens, entretanto os organismos públicos responsáveis pela manutenção e ampliação da infraestrutura estadual não tratam a questão com prioridade, e as demandas necessárias não foram realizadas, ou então – como é o caso da estrada de Salinas – agora é que estão sendo feitos os remendos sem licitação, de última hora, o que deixa o nosso povo à mercê dos perigos contidos nas péssimas condições de deslocamentos. Todo cuidado é pouco.
Como homem público, a minha preocupação tem sido sempre com dois itens indispensáveis ao desenvolvimento: energia e infraestrutura. Sem energia, nada sai do papel, e sem infraestrutura, nada sai do lugar. É esse pensamento que me acompanha e com o qual pude planejar e realizar ações de integração do Estado. Então, nos meus dois governos, antes de começarem as férias, fossem as de julho ou as de dezembro, eu reunia a equipe de governo e os prefeitos dos municípios que possuíam um fluxo maior de visitantes para fazer uma lista de prioridades e providências. A Secretaria de Transporte apresentava o seu plano de ação para não deixar que o cidadão sofresse transtornos tanto nas estradas como nos rios. A Polícia Militar reforçava a segurança. A Secretaria de Saúde aumentava seus quadros para atendimento e providenciava o estoque necessário para não faltar medicamentos. Celpa e Corpo de Bombeiros ficavam alerta. A Secretaria de Cultura, com seu programa O Povo Vai à Praia e outras programações de esporte e lazer, garantiam a animação cultural.
Enfim, cada órgão fazia uma lista de providências. Tudo orçado e com dinheiro para o pagamento dos artistas locais ou de outros contratados. Nada ficava pendurado, fiado. Enfim, nada era feito na base do improviso. Construí obras como a pavimentação da Estrada para Alter do Chão, em Santarém (a mais bela praia do Brasil, nunca é demais dizer), as rodovias de integração PA-150 e PA 151; a Estrada de Ajuruteua e Crispim (também considerada como uma das mais belas do país); a rodovia Translago, que liga Santarém a Juruti; a Transmarajoara, a Ponte de Outeiro e tantas outras de igual importância para o acesso de todos às riquezas naturais como, por exemplo, a nossa região litorânea. Pude, também, introduzir a estruturação do transporte hidroviário e construir inúmeros aeroportos e aeródromos, para ampliar o acesso a todos os cantos do Pará. O que falta é a continuação, a atualização e avanços desses planejamentos e ações. Os nossos discursos, assim como as reivindicações do povo, continuam os mesmos, porque a realidade é a mesma de 20 anos atrás. É preciso avançar, estar à frente, principalmente com essa questão da infraestrutura no Pará.
Uma ação que sempre dá certo é a parceria com as prefeituras, porque possibilita que as obras de asfaltamento, interiorização de eventos culturais e os convênios para estimular o desenvolvimento social e econômico dos municípios sejam realizados em perfeita integração com a comunidade. Isso faz muita diferença quando se quer eficiência no planejamento administrativo, porque o povo está lá no município, para sugerir, cobrar, conferir e também para festejar os resultados. Mas, tudo tem que ser feito com a antecedência devida.
Eu – como qualquer paraense – sei que existe muita coisa pra ser melhorada nos municípios que recebem os visitantes em julho, principalmente quanto ao transporte – hidroviário e rodoviário – e estou na torcida para que o Pará ganhe esse jogo. Por enquanto, vamos aproveitar as férias e as belezas naturais do nosso estado. Bom verão para todos e que as próximas férias sejam ainda melhores.
JADER BARBALHO
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